quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Diários nem tão secretos assim...

Olá Pessoal, tudo bem?

Hoje quero trazer para vocês alguns comentários, pontos de vista, obras literárias e filmes, que possuem como pano de fundo a existência de um diário pessoal e/ou cartas trocadas entre os personagens principais.

Quando pensamos em diário, normalmente nos vem a cabeça a idéia daqueles cadernos onde relatamos nossos mais íntimos desejos, receios e segredos, onde narramos os acontecimentos a partir de datas marcadas, mas isso não acontece em O Diário de Suzana para Nicolas, pois o mesmo não traz estas datas marcadas no cabeçalho/início das informações.  Particularmente, achei esta forma de relatar as informações, bem interessante, pois mesmo não podendo acompanhar cronologicamente a ocorrências dos fatos, o autor nos permite perceber de forma bem clara e específica a passagem dos dias e do tempo... Ponto extra para James Patterson!


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Pesquisando na internet sobre o surgimento dos diários, encontrei sugestões de que o início dos diários aconteceu nos primórdios da civilização, quando os homens pré-históricos relatavam seus conhecimentos e acontecimentos através de pinturas nas paredes das cavernas, cavernas estas aonde era difícil o acesso, dando a impressão de que os desenhos realmente eram “secretos”.

Como forma de escrita, os diários e as cartas, tem seu apogeu no século XVIII, através do escritor Goethe com o livro Sofrimentos do jovem Werther (1775) onde o mesmo relata através de cartas, um romance conturbado e trágico.

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Mas apenas no século XX, o mercado editorial atinge, através da utilização de diários e/ou cartas, o boom mercadológico, desta técnica literária.

Mas, o que move milhares de leitores a se interessarem por este gênero de textos autobiográficos, de ficção e não ficção? Na minha modesta opinião, de leitora fascinada por diários, acredito que seja a curiosidade, o desejo do ser humano pelo conhecimento da individualidade alheia, para vislumbrar através dos detalhes triviais relatados em diários/cartas, o reconhecimento de si mesmo no outro. Claro que esta identificação não acontece apenas na leitura de diários, mas neste gênero em específico, existe a crença de que o que está sendo descrito é pura realidade, fazendo com o que o leitor se sinta “íntimo” do escritor. Transformando a leitura numa conversa, num bate papo ou num simples desabafo.

Abaixo citei alguns exemplos de livros/filmes inspirados em diários/cartas para atender a maior parte dos gostos, ok? Vamos lá:

DRACULA DE BRAM STOKER - escrito no ano de 1897, um clássico, que se utiliza da técnica epistolar (utilização de cartas, diários) para contar a história do conde Drácula e sua busca pela noiva a muito tempo perdida. Possue várias versões cinematográficas.

Capa da 1º Edição - Google Images

Diário de Anne Frank – Escrito pela própria Anne Frank, enquanto esteve escondida em Amsterdam junto com sua família, para fugir e evitar as atrocidades da ocupação nazista, durante o ano de 1942 e 1944. O livro foi transformado em filme no ano de 1959.

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Diário de um banana – série de livros escrita por Jeff Kinney, relata o dia-a-dia de um adolescente, que quer se tornar famoso e popular. Com o seu primeiro livro da série, Jeff recebeu o título de best seller e suas tiragens foram traduzidas para 28 idomas. Os livros já foram transformados em filmes.


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Diários do vampiro – série de livros de romance/terror, o triangulo amoroso escrito por Lisa Jane Smith, tornou-se febre entre os jovens e adolescentes, rapidamente virando um sucesso de vendas, foi transformado em série televisiva, apresentada pelo canal Warner.


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E vocês, que livros/filmes incluiriam nesta pequna lista?

Um beijinho e até a próxima!

PS: já comecei a ler o livro da vez (O Historiador) e tenho certeza que lá vocês também encontrarão relatos sobre diários e cartas... então não fique de fora desta nova leitura e mãos a obra!!!!



quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O Diário de Suzana para Nicolas, de James Patterson

Olá, leitores amigos!

Vou escrever um pouco sobre o último livro que lemos aqui no Crop Literário.

Pensamos em ler um gênero diferente do livro anterior, "A Mulher do Viajante no Tempo", mas ficamos tão interessadas no enredo de "O Diário de Suzana para Nicolas" que resolvemos ler mais um romance. E não nos arrependemos! 

O escritor James Patterson construiu um drama delicado. Ele se tornou um filme em 2005 com o título "O Diário de Suzana".



James Patterson é conhecido por seus livros de suspense, e já escreveu mais de 70 livros e vendeu mais de 230 milhões de livros em mais de 100 países. Ele é também o autor recordista de presença na lista de mais vendidos do The New York Times.


Em "O Diário de Suzana para Nicolas", o autor prende nossa atenção apresentando o ponto de vista de duas mulheres fortes e decididas que amam o mesmo homem. 

Katie é uma jovem editora de livros que mora em Nova York. Suzana é uma médica que, depois de ter um infarto, sai de Boston para morar na ilha de Martha's Vineyard e simplificar sua vida.





O livro começa com o término do relacionamento entre Katie e Matt. Ela é editora de livros e ele é um poeta que está sendo publicado por ela.

Após quase um ano de um relacionamento perfeito, Katie fica arrasada quando Matt termina o namoro sem uma explicação aparente. Ela imaginava que iriam se casar logo e tinha muitos planos com ele. Como ela poderia ter se enganado tanto a respeito dele?

Matt lhe envia então um diário e pede em um bilhete que o leia para que entenda o por quê do fim do namoro. Trata-se de um diário em que uma mulher chamada Suzana narra sua vida com muito carinho para o filho dela, Nicolas. Katie tem mais um choque ao ler que essa Suzana é a esposa de Matt, e Nicolas é o filho deles...

No bilhete que foi com o diário, Matt havia advertido Katie que haveria muitas passagens que seriam difíceis para ela ler, e isso se confirma nas emoções que afloram na leitura de cada página do diário.

Sem querer, Katie vai se envolvendo na história que é contada no diário. Enquanto vive a angústia de descobrir mais sobre o enigmático Matt, ela passa a refletir sobre suas escolhas e sobre o que é prioridade em sua vida.


Os personagens vão se construindo aos poucos, nas revelações do diário e nos sentimentos que Katie compartilha. E nós leitores acabamos nos identificando senão com as duas "heroínas" mas ao menos com uma delas.

Recomendamos a leitura e, para quem já leu ou está lendo, queremos saber o que pensam sobre esse livro.


Boa leitura!



segunda-feira, 30 de julho de 2012

Encontro de Julho do Crop Literário- Café, Cinema e Emoções!



Tão bom quanto o encontro é a expectativa que cerca sua chegada. Nos organizamos em casa, enfrentamos o trânsito do fim do dia e nos preparamos para encontrar pessoas lindas que nutrem esse amor infinito pelas palavras e as histórias que nascem delas. Isso é o Crop Literário! Neste mês de julho nos encontramos para discutir o sensacional livro de Audrey Niffenegger, a Mulher do Viajante do Tempo, confira a sinopse aqui.


Neste encontro tivemos como anfitriã nossa querida Ale Dossena que nos recebeu com esse delicioso café, repleto de quitutes e carinho. Tínhamos dois objetivos, discutir o livro e assistir a adaptação para o cinema "Te Amarei para Sempre" com Eric Bana no papel principal. Saiba mais aqui.


Aqui Ale e Sandra com a xícara mimo linda preparada pela Ale para o nosso encontro. Aliás, adoramos brincar nas fotos com a xícara de uma charmosa leitora, reparem só:


A Mulher do Viajante do Tempo, foi unanimidade entre nós, um livro totalmente diferente do complexo Cemitério de Praga, mas com grande emoção, com uma história sensível, repleta de indas e vindas e dos sentimentos humanos diante da impermanência (conceito oriental) da nossa existência.


Assistimos ao filme Te Amarei para Sempre em inglês mesmo, com o auxílio técnico da querida Sandra Sparremberger, nos divertimos muito e  vamos combinar que o Eric Bana nos motivou muito né?rss


Gostaria de agradecer a presença de todas as Meninas do Crop Literário e fazer um agradecimento especial à nossa anfitriã Ale Dossena que nos recebeu com tanto carinho e a querida Sandrinha que cedeu as fotos para que este post pudesse ser realizado. Na próxima reunião do Crop teremos novidades, aguardem...


Lembrando que já está rolando a leitura do Livro da Vez do Crop: O Diário de Suzana para Nicolas, um dos livros mais emocionantes e sensíveis que já li. Não esqueçam de participar da enquete sobre gênero literário aqui no Crop (logo abaixo do cabeçalho do blog).

Me despeço com a frase do poetinha Vinícius de Morais:
"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida!"


Que nos encontremos sempre!


Uma linda semana a todos os leitores do Crop e obrigada pela visita de todos!

bjkas


terça-feira, 24 de julho de 2012

Para viajar no tempo...

A idéia de “viajar no tempo” talvez seja tão antiga quanto a humanidade. Quem não gostaria de voltar, em algum momento da vida, e rever alguém ou tentar mudar um fato do passado... Muitos autores de livros e diretores de filmes se inspiraram nesse tema e produziram belas obras.

No livro “A mulher do viajante no tempo”, de Audrey Niffenegger, a viagem no tempo é mostrada de um ângulo bem original. O personagem principal faz viagens temporais sem querer, tanto para o passado quanto para o futuro e isso interfere em seus relacionamentos. Henry tenta mudar alguns fatos do passado, mas não consegue. Ele também não consegue escolher para onde e quando será projetado.


Já no livro que é referência em viagem no tempo, “A máquina do tempo”, de H. G. Wells, o “viajante do tempo” cria uma máquina para se mover pela quarta dimensão, o tempo. O viajante vai para o ano 802.701 e descobre que os Elóis, remanescentes pacíficos dos humanos, estão sendo caçados e devorados pelos Morlock, uma raça subterrânea. Este livro foi escrito em 1895 e a partir dele dois filmes foram produzidos, um de 1960 e outro de 2002. A versão cinematográfica de 2002 incluiu um romance na história: o personagem principal tenta mudar o passado para salvar a vida da noiva, sem sucesso.


Mas no filme “De volta para o futuro”, de 1985, um adolescente volta para 1955 por acidente e sem querer, quase muda o futuro. Marty conhece seus futuros pais no colégio e acidentalmente faz sua futura mãe ficar romanticamente interessada por ele. Marty precisa então consertar o dano na história fazendo com que seus pais se apaixonem.


O filme “O homem do futuro”, de 2010,é uma mistura de comédia e romance. O protagonista, Zero, aciona sem querer um equipamento acelerador de partículas e volta no tempo vinte anos. Ele tem então a chance de mudar o passado, fazendo com que o grande amor de sua vida não escape dele. Porém, quando volta ao presente percebe que ao manipular o passado ele mudou o presente para pior. Ele precisa então voltar ao passado e impedir ele mesmo de alterar o presente.


Outro filme com o argumento parecido, mas mais dramático, é “Efeito borboleta”, de 2004. Nesse filme, o personagem principal, vivido por Ashton Kutcher, viaja ao passado para impedir a morte da mulher amada. O problema é que cada mudança que ele faz no passado repercute em seu presente e futuro, nem sempre de uma boa forma. Para consertar a ordem das coisas, ele precisa voltar à infância.



Vou terminar essa postagem com o livro super-romântico “Em algum lugar do passado”. Esse livro virou um filme com o mesmo nome em português. O livro é de 1975 e o filme, de 1980. O ator principal do filme foi vivido por Christopher Reeve. Ele é Richard Collier, um jornalista e escritor teatral que ganha um relógio antigo de uma senhora que ele não conhecia. Ao ficar sabendo mais sobre a vida dela, descobre que ela era uma atriz e que teve um romance com um homem misterioso em 1896. Richard acredita que ele era esse homem, e por meio de auto-hipnose volta ao passado para viver uma história de amor com a jovem atriz. 


Há muitos outros livros e filmes interessantes com viagens no tempo. E vocês, de quais outras histórias se lembram? 

Boas leituras!

 

domingo, 15 de julho de 2012

Livro de Junho 2012 – A Mulher do Viajante no Tempo


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Bom dia Pessoal!
O livro que escolhemos para o mês de Junho foi bem diferente do estilo do livro do mês anterior (Cemitério de Praga), apesar de possuir um número considerável de páginas – 456 - esta leitura é leve, rápida e fluida. Para mim este livro lembrou uma sobremesa especial, igual aquele chocolate importado (que normalmente guardamos na despensa para momentos especiais) que ao invés de comer tudinho de uma vez, você se dá ao luxo de saborear e comer aos pouquinhos, um pedacinho por dia, ampliando a sensação de prazer e bem estar!
A idéia inicial para a escolha do livro do mês de Junho era a seguinte: precisávamos de um estilo diferenciado do livro anterior e que remetesse a data comemorativa do mês de Junho: o Dia dos Namorados! Então, eis que a nossa decisão estava tomada! Seria um livro de romance com ficção científica! Pronto! Surge o livro do mês: A Mulher do Viajante no Tempo!
A autora norte americana Audrey Niffenegger, estreou no mundo literário com o livro A Mulher do Viajante no Tempo em 2003 (sim, este foi o seu 1º livro!). Muito aclamada pela crítica, por abordar de uma forma diferenciada e romanceada a ficção cientifica, através da possibilidade da viagem no tempo e espaço, alcançou mais de 5 milhões de cópias vendidas e o título de best-seller, possuindo edições presentes em mais de 20 países.
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Mesmo sendo um livro sobre viagens no tempo/espaço, a sequencia de fatos e acontecimentos – que no inicio parecem ser informados de forma aleatória – rapidamente tomam corpo e fica claro a forma como a autora decidiu apresentar a história, amarrando-a para cada apresentação de um novo detalhe – mesmo que este tenha acontecido no passado ou no futuro.
Como a história é narrada ora por Clare, ora por Henry – personagens principais – é fácil ao leitor obter as duas versões dos acontecimentos, ganhando de brinde a oportunidade de conhecer de forma mais profunda e intima o pensamento de ambos, construindo com isso a imagem mental das virtudes, defeitos e vícios de cada um deles, tornando os personagens, com o avançar da leitura, mais “palpáveis” e “reais” ao leitor.
Um diferencial deste livro, para quem possui pouquinho tempo para se dedicar a leitura, é que o mesmo possui uma versão cinematográfica de 2009, com o título em português de Te Amarei para Sempre, com a participação de Eric Bana e Rachel McAdams, no papel do ilustríssimo casal! Vale a pena conferir!
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Para mim este livro é um brinde ao amor e as barreiras sofridas em nome do relacionamento amoroso (neste caso apresentadas pela distancia temporal/espacial), aonde facilmente conseguimos nos conectar/envolver com os personagens principais, através de suas angústias, perdas, alegrias e vitórias! Leitura recomendada!
Espero que voces tenham gostado!
Beijinhos e uma ótima semana!

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Cemitério, o Encontro!

Leitores queridos, a essa altura vocês já sabem muita coisa sobre como esse grupo de pessoas que amam a leitura se formou, conheceram um pouquinho mais sobre esse grande escritor contemporânio, Umberto Eco e saborearam algumas cuiriosidades sobre o cemitério de Praga, palco de especulações históricas e filosóficas.
Hoje tenho a missão de contar pra vocês como foi o primeiro encontro do Crop Literário, detalhe,nem todas se conheciam, ou seja, fiquei conhecendo a Stella e a Ale no dia da reunião, pois eu só conhecia a Sandra.
Tive o prazer de conhecer a Ale e a Stella no dia deste encontro;
O fato é que passada a euforia das apresentações, tínhamos uma tarefa, que era das mais fáceis: discutir esse livro tão complexo, O Cemitério de Praga. 
Pois se tratar de um livro onde apenas o personagem principal o Capitão Simonini era fictício, e os todos os demais foram personagens históricos, alguns muito influentes como Garibaldi, e Sigmund Freud e outros não tão conhecidos do grande público tornou-se um livro com forte enredo histórico, ora estávamos na uinificação da Itália com as batalhas garibaldinas, ora na França agitada pela onda antisemita do caso Dreyfus, em comum: a presença marcante do Capitão Simonini e suas artimanhas para atender os interesses, sempre, de altos dignatários.
Sendo assim, as idas e vindas históricas do enredo tornou a leitura do grupo mais difícil, o que ocasionou uma demora na leitura do romance do Eco, mas não menos prazerosa com certeza.
Mas vamos ver como cada uma das integrantes do Crop Literário absorveu o livro:
Ale Dossena:

"Não considero O Cemitério de Praga um livro fácil de se ler. Umberto
Eco criou um romance baseado em fatos misteriosos e cheios de
conspirações. Utilizou fatos históricos como tecer uma trama repleta
de narrativas curiosas, envolvendo acontecimentos reais sendo contados
por um personagem fictício.
Um ponto positivo foi a exploração da gastronomia, onde o autor
detalha minunciosamente sobre os temperos, sabores e diversidades de
especiarias.
Embora o contexto seja romanceado, achei que o livro carrega
sentimentos pesados, como o desprezo e preconceito por algumas raças e
crenças. O que não deixa de ser uma advertência para comportamentos
que ainda presenciamos nos dias de hoje.
Com toda essa pluralidade de acontecimentos, é um desafio exigido do
leitor mas que se torna prazeroso pelo talento do autor em sustentar
todo esse mistério e desdobramentos de fatos, com bases em documentos
verdadeiros e folhetins publicados na época." 

 Paty Molina:
É um primoroso livro sobre o século XIX não necessariamente em ordem cronológica, Eco nos presenteia com idas e vindas dos acontecimentos onde temos que prestar atenção ao que estamos lendo.O leitor é apresentado á cultura do século XIX, com suas tramas políticas complexas de uma Europa que consolida seu poder, com seus preconceitos de raça e gênero, com a forte religiosidade que acoberta grandes interesses, com o nascimento de muitas ciências com destaque especial para a psiquiatria. Paralelo a este contexto intenso temos o personagem principal, Simonini, atormentado por seus conflitos internos, que no fundo se originam deste período  conturbado.
É ncessário ter persistência e coragem para ler O Cemitério de Praga, mas esse mergulho é premiado com uma trama que nos surpreende,e como na moda de Zola, "o homem é fruto do seu ambiente."

Sandra Sparremberger:
"Gostei muito do livro mas levei bastante tempo para ler. O autor recheou bem o livro com fatos históricos e políticos, o que torna o livro bem denso. Fiquei angustiada (porque já sabemos as consequências disso) e ao mesmo tempo me diverti com a visão xenofóbica da época representada pelo avô do personagem principal. Posso dizer que agora, após a leitura do livro, sei bem mais sobre a história daquele período."


Stella Glinski:
 "Miscelanea de fatos e acontecimentos históricos, o Cemiterio de Praga nos brinda com uma trama extremamente bem urdida, por vezes até emaranhada em alguns pontos, mas que com o desenrolar da história, torna-se visível o fio da meada. Se perder por esta trama não é dificil, e manter o raciocínio linear durante a leitura é quase impossivel pois a história é contada de trás para frente várias vezes.
Confesso que para mim foi um trabalho árduo ler/acompanhar as intrigas/digerir as disputas politicas/entender as entrelinhas, mas no final, ao terminar a leitura, fica extremamente clara a certeza: Eco mostrou a que veio e nos brindou com um excelentíssimo trabalho! "

E vocês leitores, já leram algo do Umberto Eco? Tiveram contato com o Cemitério de Praga? Ficaram encorajados a começarem a leitura? Contem pra gente suas experiências e se quiserem comentar também sobre textos com tramas históricas que inspiraram vocês, o espaço é este!

Além de discutirmos as complexas nuances do livro, refletimos bastante sobre a forma ideal de compartilhar nossa paixão por livros e tudo o que envolve  a leitura, e chegamos a conclusão de que criarmos um blog onde fosse mais fácil a participação de todos. E então tivemos as primeiras ideias sobre o formato do Crop Literário que vocês estão conhecendo aos poucos.

E mais uma questão importante: como decidir qual será o próximo livro? Passamos por uma leitura mais difícil e desta vez optamos por um livro com enredo completamente diferente, sugestão da Ale, A Mulher do Viajante no Tempo.

Lembrando que as discussões sobre o Livro do Mês são abertas a todos,leitores de toda parte são super bem vindos,participem também, vamos deixar esse cantinho bem gostoso.
Muito em breve vamos postar algumas enquetes para vocês participarem e contamos com todos os leitores para comentarem e darem sugestões aqui no Crop.
Obrigada pela visita de todos vocês e boa leitura a todos!
bjkas

quinta-feira, 14 de junho de 2012

O Cemitério de Praga e alguns detalhes

Um livro tão rico como o "Cemitério de Praga" traz informações e assuntos que temos vontade de conhecer mais a fundo. Mostrarei aqui algumas curiosidades do livro.

O "cemitério de Praga" a que o título se refere se trata do antigo cemitério no bairro Josefov, em Praga, República Tcheca. O cemitério foi fundado no século XV e tem aproximadamente doze mil sepulturas, sendo que, por falta de espaço, cada sepultura tem várias camadas. Este local recebeu enterros entre os anos 1439 e 1787. Os judeus eram então proibidos de enterrar seus mortos fora de seu próprio bairro.

Cemitério judeu de Praga


Os Protocolos dos Sábios de Sião também existem fora do livro de Umberto Eco. Trata-se de um texto que a Polícia Secreta da Rússia (Okhrana) forjou a partir do livro de Hermann Goedsche, de 1868. E esse autor, por sua vez, plagiou a história de Maurice Joly, de 1864 e mudou os protagonistas do complô (originalmente o inferno contra Napoleão III) para judeus conspirando para dominar o mundo. Adolf Hitler usou o texto da Okhrana para justificar a barbárie promovida contra os judeus. Ele escreveu em seu livro, Mein Kampf"Em que medida a existência desse povo é baseada numa mentira contínua é demonstrado incomparavelmente pelos Protocolos dos Sábios de Sião....".


O personagem principal também toma parte da Comuna de Paris. Em 1871 o povo parisiense, apoiado pela Guarda Nacional, se insurgiu contra os invasores prussianos. Para ver mais fotos desse fato histórico, siga esse link: Paris en Images.



A Comuna de Paris

E vocês, leitores, gostariam de compartilhar outras curiosidades conosco? Aguardamos suas contribuições.

Boa leitura!


quarta-feira, 6 de junho de 2012

Livro de Maio 2012 - Cemitério de Praga


via google
Bom dia!

Hoje vou abordar de forma rápida o livro que escolhemos para ler no mês passado, que nos levou a algumas pausas durante o mês, devido a complexidade da história, e variadas discussões no encontro mensal.


Um dos motivos da escolha do livro foi o autor, que nos era referência pela belíssima obra que virou filme, "O Nome da Rosa". Umberto Eco nasceu em Alexandria, na Itália, no dia 5 de janeiro de 1932. Ele também é filósofo, semiólogo, linguista e bibliófilo de renome mundial.

via google

Embora em “Cemitério de Praga” o contexto seja diferente, é inconfundível o estilo de escrever do autor, que mescla vários ingredientes para compor um enredo no cenário parisiente de 1897.

via flickriver

Na trama há um detalhe importante: o único personagem fictício é o personagem principal!! Todos os demais personagens existiram de verdade e fizeram parte da história européia. E quando o autor engloba tudo isso junto, torna qualquer coisa possível.

Lemos um pouco de tudo nessa história! Conhecemos o jovem médico Sigmund Freud, o escritor Ippolito Nievo, judeus que querem dominar o mundo, uma satanista, missas negras, documentos falsos do caso Dreyfus, jesuítas que conspiram contra maçons, Garibaldi e a formação dos Protocolos dos Sábios de Sião, fonte de inspiração de Hitler na criação dos campos de concentração. Sem falar também na ênfase dada pelo escritor para a gastronomia francesa e o papel da mulher no século XIX.

Exemplar de um jornal da época: La Mode Nationale

Na minha opinião é um livro de nível complexo, que retrata de maneira fiel o pensamento europeu no final do século XIX. Confesso que a sucessão de fatos ocorridos e a mistura de confrontos, preconceitos e conspirações me deixaram como leitora, um pouco confusa e atordoada. Por outro lado, o autor utiliza as imagens dos folhetins da época para ilustrar o livro, e em meio de tantas informações é possível observar uma obra historicamente muito bem elaborada! 

Exemplar de um jornal da época: Le Petit Journal 

Através da mostra desses folhetins, ele expõe uma série de menções advindas dos personagens, que se não nos dão o total esclarecimento, ao menos um bom apanhado de noção sobre acontecimentos históricos como fraudes, sociedades secretas, dossiês e documentos falsificados. Vale a pena ler !



sexta-feira, 1 de junho de 2012

Porque Crop Literário ?

Como tudo começou... (por Stella Glinski)

Sabe aquelas listas que começamos todo ano, aonde colocamos as nossas resoluções para o ano que está iniciando? Então, pensando justamente nas coisas que eu pretendia fazer e estava adiando, resolvi me inscrever em um clube do livro.

Como não localizei na internet nada parecido com o que eu estava buscando, resolvi arregaçar as mangas e iniciar um clube de leitura...

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Comecei pesquisando pela internet clubes de leitura que tivessem reuniões presenciais (nada de discussões pela net, em fóruns), pois queria algo mais tête-à-tête, pois nada mais agradável do que poder discutir pessoalmente as interpretações/dúvidas/análises que o livro nos proporcionou. Fóruns são extremamente úteis para encontramos respostas a algumas perguntas, mas não era o que eu estava buscando... queria algo mais "acolhedor", algo que realmente lembrasse um chá das cinco, um café entre amigos...

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Decisão tomada, e agora? Por onde começar??? Precisava convidar companheiras de atividade e/ou hobby em comum, e eis que aí entra o Scrapbook! 

Deviantart

O Scrapbook é uma das atividades que tento exercer nos meus momentos de folga e tenho amigas neste mundo de "colecionar lembranças" que moram em Curitiba... Pensando nisso, passei pelo blog da Ale Dossena e eis a minha surpresa ao descobrir um post dela aonde a mesma contava que estava repaginando o seu blog e incluindo naquele lindo cantinho, as suas artes: textos, poemas, histórias e scrapbook (veja aqui o post)! Pensei na hora: BINGO! Encontrei a minha primeira amiga para o clube!!! Mas minha surpresa não parou por aí, ao terminar de ler post eis que está lá, bem estampado nos comentários a minha segunda amiga do Clube, a Sandrinha...

Depois disso, tudo ficou fácil: as pessoas certas chamaram outras pessoas certas (não é, querida
Paty?!?) e o que antes era apenas uma idéia, através do trabalho de desenvolvimento da Ale, Sandra e Paty, passou a ser realidade!

Como todas tínhamos o scrapbook em comum, a idéia do nome não poderia fugir a algo que remetesse ao Scrap, e acredito que foi dessa vontade de unir o grupo, com encontros e trocas de experiências, que a Ale teve a excelente idéia de batizar o nosso Clube de Leitura com o nome de CROP LITERÁRIO! No mundo do Scrapbook, o termo Crop é muito difundido para designar encontro de grupos de amigas que querem expôr, aprender, ensinar, trocar experiências, além de tecer novas amizades! Acredito que um nome mais acertado não poderia surgir depois deste, não é mesmo? Pois o termo Crop consegue englobar justamente o nosso hobby com a nossa paixão pela literatura!