quarta-feira, 27 de junho de 2012

Cemitério, o Encontro!

Leitores queridos, a essa altura vocês já sabem muita coisa sobre como esse grupo de pessoas que amam a leitura se formou, conheceram um pouquinho mais sobre esse grande escritor contemporânio, Umberto Eco e saborearam algumas cuiriosidades sobre o cemitério de Praga, palco de especulações históricas e filosóficas.
Hoje tenho a missão de contar pra vocês como foi o primeiro encontro do Crop Literário, detalhe,nem todas se conheciam, ou seja, fiquei conhecendo a Stella e a Ale no dia da reunião, pois eu só conhecia a Sandra.
Tive o prazer de conhecer a Ale e a Stella no dia deste encontro;
O fato é que passada a euforia das apresentações, tínhamos uma tarefa, que era das mais fáceis: discutir esse livro tão complexo, O Cemitério de Praga. 
Pois se tratar de um livro onde apenas o personagem principal o Capitão Simonini era fictício, e os todos os demais foram personagens históricos, alguns muito influentes como Garibaldi, e Sigmund Freud e outros não tão conhecidos do grande público tornou-se um livro com forte enredo histórico, ora estávamos na uinificação da Itália com as batalhas garibaldinas, ora na França agitada pela onda antisemita do caso Dreyfus, em comum: a presença marcante do Capitão Simonini e suas artimanhas para atender os interesses, sempre, de altos dignatários.
Sendo assim, as idas e vindas históricas do enredo tornou a leitura do grupo mais difícil, o que ocasionou uma demora na leitura do romance do Eco, mas não menos prazerosa com certeza.
Mas vamos ver como cada uma das integrantes do Crop Literário absorveu o livro:
Ale Dossena:

"Não considero O Cemitério de Praga um livro fácil de se ler. Umberto
Eco criou um romance baseado em fatos misteriosos e cheios de
conspirações. Utilizou fatos históricos como tecer uma trama repleta
de narrativas curiosas, envolvendo acontecimentos reais sendo contados
por um personagem fictício.
Um ponto positivo foi a exploração da gastronomia, onde o autor
detalha minunciosamente sobre os temperos, sabores e diversidades de
especiarias.
Embora o contexto seja romanceado, achei que o livro carrega
sentimentos pesados, como o desprezo e preconceito por algumas raças e
crenças. O que não deixa de ser uma advertência para comportamentos
que ainda presenciamos nos dias de hoje.
Com toda essa pluralidade de acontecimentos, é um desafio exigido do
leitor mas que se torna prazeroso pelo talento do autor em sustentar
todo esse mistério e desdobramentos de fatos, com bases em documentos
verdadeiros e folhetins publicados na época." 

 Paty Molina:
É um primoroso livro sobre o século XIX não necessariamente em ordem cronológica, Eco nos presenteia com idas e vindas dos acontecimentos onde temos que prestar atenção ao que estamos lendo.O leitor é apresentado á cultura do século XIX, com suas tramas políticas complexas de uma Europa que consolida seu poder, com seus preconceitos de raça e gênero, com a forte religiosidade que acoberta grandes interesses, com o nascimento de muitas ciências com destaque especial para a psiquiatria. Paralelo a este contexto intenso temos o personagem principal, Simonini, atormentado por seus conflitos internos, que no fundo se originam deste período  conturbado.
É ncessário ter persistência e coragem para ler O Cemitério de Praga, mas esse mergulho é premiado com uma trama que nos surpreende,e como na moda de Zola, "o homem é fruto do seu ambiente."

Sandra Sparremberger:
"Gostei muito do livro mas levei bastante tempo para ler. O autor recheou bem o livro com fatos históricos e políticos, o que torna o livro bem denso. Fiquei angustiada (porque já sabemos as consequências disso) e ao mesmo tempo me diverti com a visão xenofóbica da época representada pelo avô do personagem principal. Posso dizer que agora, após a leitura do livro, sei bem mais sobre a história daquele período."


Stella Glinski:
 "Miscelanea de fatos e acontecimentos históricos, o Cemiterio de Praga nos brinda com uma trama extremamente bem urdida, por vezes até emaranhada em alguns pontos, mas que com o desenrolar da história, torna-se visível o fio da meada. Se perder por esta trama não é dificil, e manter o raciocínio linear durante a leitura é quase impossivel pois a história é contada de trás para frente várias vezes.
Confesso que para mim foi um trabalho árduo ler/acompanhar as intrigas/digerir as disputas politicas/entender as entrelinhas, mas no final, ao terminar a leitura, fica extremamente clara a certeza: Eco mostrou a que veio e nos brindou com um excelentíssimo trabalho! "

E vocês leitores, já leram algo do Umberto Eco? Tiveram contato com o Cemitério de Praga? Ficaram encorajados a começarem a leitura? Contem pra gente suas experiências e se quiserem comentar também sobre textos com tramas históricas que inspiraram vocês, o espaço é este!

Além de discutirmos as complexas nuances do livro, refletimos bastante sobre a forma ideal de compartilhar nossa paixão por livros e tudo o que envolve  a leitura, e chegamos a conclusão de que criarmos um blog onde fosse mais fácil a participação de todos. E então tivemos as primeiras ideias sobre o formato do Crop Literário que vocês estão conhecendo aos poucos.

E mais uma questão importante: como decidir qual será o próximo livro? Passamos por uma leitura mais difícil e desta vez optamos por um livro com enredo completamente diferente, sugestão da Ale, A Mulher do Viajante no Tempo.

Lembrando que as discussões sobre o Livro do Mês são abertas a todos,leitores de toda parte são super bem vindos,participem também, vamos deixar esse cantinho bem gostoso.
Muito em breve vamos postar algumas enquetes para vocês participarem e contamos com todos os leitores para comentarem e darem sugestões aqui no Crop.
Obrigada pela visita de todos vocês e boa leitura a todos!
bjkas

quinta-feira, 14 de junho de 2012

O Cemitério de Praga e alguns detalhes

Um livro tão rico como o "Cemitério de Praga" traz informações e assuntos que temos vontade de conhecer mais a fundo. Mostrarei aqui algumas curiosidades do livro.

O "cemitério de Praga" a que o título se refere se trata do antigo cemitério no bairro Josefov, em Praga, República Tcheca. O cemitério foi fundado no século XV e tem aproximadamente doze mil sepulturas, sendo que, por falta de espaço, cada sepultura tem várias camadas. Este local recebeu enterros entre os anos 1439 e 1787. Os judeus eram então proibidos de enterrar seus mortos fora de seu próprio bairro.

Cemitério judeu de Praga


Os Protocolos dos Sábios de Sião também existem fora do livro de Umberto Eco. Trata-se de um texto que a Polícia Secreta da Rússia (Okhrana) forjou a partir do livro de Hermann Goedsche, de 1868. E esse autor, por sua vez, plagiou a história de Maurice Joly, de 1864 e mudou os protagonistas do complô (originalmente o inferno contra Napoleão III) para judeus conspirando para dominar o mundo. Adolf Hitler usou o texto da Okhrana para justificar a barbárie promovida contra os judeus. Ele escreveu em seu livro, Mein Kampf"Em que medida a existência desse povo é baseada numa mentira contínua é demonstrado incomparavelmente pelos Protocolos dos Sábios de Sião....".


O personagem principal também toma parte da Comuna de Paris. Em 1871 o povo parisiense, apoiado pela Guarda Nacional, se insurgiu contra os invasores prussianos. Para ver mais fotos desse fato histórico, siga esse link: Paris en Images.



A Comuna de Paris

E vocês, leitores, gostariam de compartilhar outras curiosidades conosco? Aguardamos suas contribuições.

Boa leitura!


quarta-feira, 6 de junho de 2012

Livro de Maio 2012 - Cemitério de Praga


via google
Bom dia!

Hoje vou abordar de forma rápida o livro que escolhemos para ler no mês passado, que nos levou a algumas pausas durante o mês, devido a complexidade da história, e variadas discussões no encontro mensal.


Um dos motivos da escolha do livro foi o autor, que nos era referência pela belíssima obra que virou filme, "O Nome da Rosa". Umberto Eco nasceu em Alexandria, na Itália, no dia 5 de janeiro de 1932. Ele também é filósofo, semiólogo, linguista e bibliófilo de renome mundial.

via google

Embora em “Cemitério de Praga” o contexto seja diferente, é inconfundível o estilo de escrever do autor, que mescla vários ingredientes para compor um enredo no cenário parisiente de 1897.

via flickriver

Na trama há um detalhe importante: o único personagem fictício é o personagem principal!! Todos os demais personagens existiram de verdade e fizeram parte da história européia. E quando o autor engloba tudo isso junto, torna qualquer coisa possível.

Lemos um pouco de tudo nessa história! Conhecemos o jovem médico Sigmund Freud, o escritor Ippolito Nievo, judeus que querem dominar o mundo, uma satanista, missas negras, documentos falsos do caso Dreyfus, jesuítas que conspiram contra maçons, Garibaldi e a formação dos Protocolos dos Sábios de Sião, fonte de inspiração de Hitler na criação dos campos de concentração. Sem falar também na ênfase dada pelo escritor para a gastronomia francesa e o papel da mulher no século XIX.

Exemplar de um jornal da época: La Mode Nationale

Na minha opinião é um livro de nível complexo, que retrata de maneira fiel o pensamento europeu no final do século XIX. Confesso que a sucessão de fatos ocorridos e a mistura de confrontos, preconceitos e conspirações me deixaram como leitora, um pouco confusa e atordoada. Por outro lado, o autor utiliza as imagens dos folhetins da época para ilustrar o livro, e em meio de tantas informações é possível observar uma obra historicamente muito bem elaborada! 

Exemplar de um jornal da época: Le Petit Journal 

Através da mostra desses folhetins, ele expõe uma série de menções advindas dos personagens, que se não nos dão o total esclarecimento, ao menos um bom apanhado de noção sobre acontecimentos históricos como fraudes, sociedades secretas, dossiês e documentos falsificados. Vale a pena ler !



sexta-feira, 1 de junho de 2012

Porque Crop Literário ?

Como tudo começou... (por Stella Glinski)

Sabe aquelas listas que começamos todo ano, aonde colocamos as nossas resoluções para o ano que está iniciando? Então, pensando justamente nas coisas que eu pretendia fazer e estava adiando, resolvi me inscrever em um clube do livro.

Como não localizei na internet nada parecido com o que eu estava buscando, resolvi arregaçar as mangas e iniciar um clube de leitura...

Google Imagens

Comecei pesquisando pela internet clubes de leitura que tivessem reuniões presenciais (nada de discussões pela net, em fóruns), pois queria algo mais tête-à-tête, pois nada mais agradável do que poder discutir pessoalmente as interpretações/dúvidas/análises que o livro nos proporcionou. Fóruns são extremamente úteis para encontramos respostas a algumas perguntas, mas não era o que eu estava buscando... queria algo mais "acolhedor", algo que realmente lembrasse um chá das cinco, um café entre amigos...

Google Imagens

Decisão tomada, e agora? Por onde começar??? Precisava convidar companheiras de atividade e/ou hobby em comum, e eis que aí entra o Scrapbook! 

Deviantart

O Scrapbook é uma das atividades que tento exercer nos meus momentos de folga e tenho amigas neste mundo de "colecionar lembranças" que moram em Curitiba... Pensando nisso, passei pelo blog da Ale Dossena e eis a minha surpresa ao descobrir um post dela aonde a mesma contava que estava repaginando o seu blog e incluindo naquele lindo cantinho, as suas artes: textos, poemas, histórias e scrapbook (veja aqui o post)! Pensei na hora: BINGO! Encontrei a minha primeira amiga para o clube!!! Mas minha surpresa não parou por aí, ao terminar de ler post eis que está lá, bem estampado nos comentários a minha segunda amiga do Clube, a Sandrinha...

Depois disso, tudo ficou fácil: as pessoas certas chamaram outras pessoas certas (não é, querida
Paty?!?) e o que antes era apenas uma idéia, através do trabalho de desenvolvimento da Ale, Sandra e Paty, passou a ser realidade!

Como todas tínhamos o scrapbook em comum, a idéia do nome não poderia fugir a algo que remetesse ao Scrap, e acredito que foi dessa vontade de unir o grupo, com encontros e trocas de experiências, que a Ale teve a excelente idéia de batizar o nosso Clube de Leitura com o nome de CROP LITERÁRIO! No mundo do Scrapbook, o termo Crop é muito difundido para designar encontro de grupos de amigas que querem expôr, aprender, ensinar, trocar experiências, além de tecer novas amizades! Acredito que um nome mais acertado não poderia surgir depois deste, não é mesmo? Pois o termo Crop consegue englobar justamente o nosso hobby com a nossa paixão pela literatura!